Cirurgia de catarata, devolvendo as cores da vida!
O tratamento da catarata é sempre cirúrgico, seja nos casos relacionados ao envelhecimento ou na catarata congênita, pois há a necessidade de substituir o cristalino doente por uma lente artificial. O momento ideal para a realização da cirurgia depende da avaliação do oftalmologista. É, em geral, um procedimento seguro e de boa e rápida recuperação. Quando a catarata atinge ambos os olhos, o mais comum é operar cada olho por vez. A recuperação da primeira cirurgia será um indicativo da tolerância do paciente ao procedimento, além de indicar se há necessidade de fazer alguma alteração no processo ou no pós-cirúrgico.
Como em toda cirurgia, alguns exames pré-operatórios são realizados para finalizar o diagnóstico e acompanhar o grau do comprometimento ocular causado pela catarata, a rigidez do cristalino, entre outros fatores que possam interferir no procedimento. Os exames também servem para que o oftalmologista avalie a saúde das demais estruturas do olho do paciente e faça um prognóstico do pós-cirúrgico.
Ultrassonografia
A ultrassonografia ocular é semelhante ao exame realizado na gestação. Como a catarata deixa o cristalino opaco, dificultando o exame de fundo de olho, a ultrassonografia se torna fundamental para uma melhor avaliação das estruturas do globo ocular. É um exame indolor.
Biomicroscopia
É um exame que faz parte da consulta de rotina. É realizado com o biomicroscópio, (lâmpada de fenda) — aquele aparelho que o oftalmologista pede para que o paciente apoie o queixo e encoste a testa em uma haste. Esse exame permite avaliar o segmento anterior dos olhos como a íris, aquoso e cristalino, e algumas partes do segmento posterior, como o vítreo anterior e a retina. Também é um exame indolor que pode causar um pouco de desconforto devido à necessidade, em alguns casos, de dilatação da pupila e o uso de uma iluminação direta sobre os olhos. Os usuários de lentes de contato devem retirá-las um dia antes do exame.
Consulta completa de acuidade visual sem e com correção
Esse é o rotineiro exame de vista — em que o paciente lê as letras indicadas que vão sendo reduzidas de tamanho. O objetivo desse exame é testar a nitidez da visão, ou seja, como o olho percebe os detalhes espaciais, as formas e contornos dos objetos.
O teste de acuidade sem correção é quando a visão do paciente é testada sem o uso de óculos ou lentes corretivas. O objetivo aqui é identificar se há alguma perda de visão que possa ser corrigida com as lentes.
No teste com correção, o paciente faz novamente a leitura das letras que não conseguiu visualizar perfeitamente, dessa vez com o auxílio de lentes corretivas que vão indicar o grau dos óculos e das lentes de contato a serem utilizados.
Tonometria de aplanação
Esse exame é usado para diagnosticar a hipertensão ocular. Ele testa a pressão necessária para aplanar (nivelar) o ápice da córnea. Auxilia no diagnóstico da existência ou não de glaucoma. É importante dizer que nem toda hipertensão ocular é sinal de glaucoma. Para fechar o diagnóstico é necessário também avaliar se há alterações no campo de visão e na papila óptica.
Fundo de olho ou fundoscopia
O objetivo desse exame é avaliar as veias, artérias e nervos do olho para identificar se há lesões ou cicatrizes que comprometem a visão. Há dois tipos de fundoscopia: a direta, em que o oftalmologista projeta uma forte luz diretamente na retina — o que permite ampliar a visão dos vasos e artérias em até 15 vezes — e a indireta, que permite visualizar a periferia da retina em uma projeção menor. É um exame indolor, mas que pode ser um pouco incômodo devido à dilatação da pupila e a incidência direta de luz sobre os olhos.
Mapeamento de retina
Permite analisar a superfície da retina, além de mapear o nervo óptico, mácula e vasos da região. O objetivo é identificar se há deslocamento da retina, infecções, degenerações ou lesões, hemorragias ou outros danos causados por doenças como diabetes e hipertensão arterial.
Ecobiometria ultrassônica
Serve para medir detalhadamente toda a estrutura ocular com o auxílio do ultrassom. É esse exame que permite determinar o grau da lente intra-ocular que será utilizada na cirurgia da catarata — uma vez que ele permite medir o comprimento do olho, dado fundamental para a escolha dessa lente. Também permite avaliar as dimensões da câmara anterior, cristalino e vítreo.
Microscopia especular de córnea
É um exame muito importante no pré-operatório da catarata. Ele permite a contagem e o estudo da morfologia e tamanho das células endoteliais, que são as células que revestem a camada mais profunda da córnea.
Potencial de Acuidade Macular (PAM)
O PAM é utilizado para avaliar o grau de sensibilidade dos pacientes com catarata aos letreiros luminosos que são projetados diretamente no fundo de olho. Ele avalia o potencial da visão de pacientes com baixa acuidade visual quando são retiradas as irregularidades e opacidades. É um exame que permite ao oftalmologista prever se há dano irreversível da visão e estabelecer um prognóstico da acuidade visual após a cirurgia.
Topografia de córnea
Realizado para identificar distorções da córnea. É feito por meio da projeção de anéis luminosos que permitem um estudo topográfico da superfície do olho. É utilizado para o planejamento da cirurgia de catarata. Os pacientes que usam lentes de contato devem retirá-las cinco dias antes de realizar o exame.
Teste de sensibilidade ao contraste
O principal objetivo desse exame é testar a qualidade da visão em diferentes níveis de luminosidade. A catarata é uma das doenças que reduz essa sensibilidade, devido à opacidade do cristalino. O teste é feito com a projeção de imagens e permite avaliar o grau de comprometimento dessa função ocular. Pacientes que usam lentes de contato ou óculos devem levá-los no dia do exame.